Montadoras investem na América Latina

Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC

Mesmo com a previsão de que o mercado mundial irá desacelerar em 2008, devido ao peso da crise imobiliária nos EUA, as montadoras de veículos apostam em crescimento das vendas no Mercosul. Somente o Brasil deverá chegar a 2,4 milhões de unidades.

Em visita ao País, Maureen Kempston Darkes presidente das operações da divisão Laam (América Latina, África e Oriente Médio) da General Motors, afirmou quinta-feira que os investimentos no País continuarão. “O Brasil é um País chave para a GM”, comentou.

Fora dos Estados Unidos, o mercado nacional é o segundo mais importante para a montadora – fica atrás somente da China.

Segundo Maureen, o desempenho da Argentina foi “excelente” neste ano e também continuará forte no ano que vem. Opinião compartilhada pelo presidente da Ford Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira. “A indústria argentina deverá fechar o ano com 550 mil veículos vendidos. Projetamos para o ano um total de 600 mil unidades”, avalia Oliveira.

Segundo o presidente da Ford, o Brasil e a Argentina estão mais “blindados” em relação à economia norte-americana. “Tem de ser uma recessão muito grande para conseguir afetar o mercado local”, disse.

Para explorar o bom momento argentino, a Fiat reativou neste ano a fábrica de Córdoba e, segundo o presidente da montadora para a América do Sul, Cledorvino Belini, a meta é produzir 50 mil unidades na planta em 2008.

Thomas Schmall, presidente da Volkswagen do Brasil, afirma que a empresa estuda a abertura de uma nova fábrica na América do Sul. Apesar de não apontar um local, destaca a necessidade de aumentar a participação na Venezuela.

Venezuela – Apesar do otimismo, Marcos de Oliveira acredita que o mercado venezuelano está mais vulnerável a uma crise. “Em 2008, esperamos que a Venezuela comercialize 500 mil unidades.” Ou seja, acompanhará o desempenho previsto para este ano, semelhante ao da Argentina.

Já a executiva da GM destaca o país como um “excelente mercado.” Ao comentar a possível entrada da Venezuela no Mercosul, Maureen é positiva. “Trabalhamos muito bem com a Venezuela e queremos continuar com essas vendas.”

Aumento da produção da GM equivale a uma nova fábrica no País
Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC

Graças a investimentos aplicados durante dois anos nas plantas brasileiras da General Motors, o aumento da produtividade, hoje, equivale ao rendimento de uma nova fábrica. “É como se tivéssemos construído uma fábrica dentro das nossas unidades”, ilustra Maureen Kempston Darkes.

Assim, as plantas tiveram fôlego para abastecer também o mercado externo. Por esse motivo, a manutenção do crescimento em países como Argentina, Chile, Venezuela, Uruguai, Peru e Bolívia é tão importante.

Neste ano, por exemplo, São Caetano exportou modelos como Corsa, Astra, Classic, Vectra e Montana. Segundo a presidente das operações da Laam, a unidade de São Caetano é a mais produtiva – fabrica 44 carros por hora – e tem a maior flexibilidade na linha de produção.

No acumulado até outubro, o lucro líquido da Laam foi de US$ 754 milhões. Só no terceiro trimestre foi de US$ 340 milhões, valor 86% superior ao do mesmo período de 2006.

Fonte: Diário do Grande ABC