Do Diário do Grande ABC
A indústria automobilística brinda o fechamento de novembro, que já esboça o desempenho para este mês. Quinta-feira, na última reunião de balanço do ano, a Anfavea (associação que representa as montadoras), informou que de janeiro a novembro foram produzidos 2,75 milhões de veículos no País. O novo recorde representa aumento de 13,4% sobre o mesmo período de 2006.
Somente em novembro, saíram das linhas de produção 222,1 mil unidades, 20,4 % a mais em relação a igual mês do ano passado. “Tivemos o melhor acumulado e o melhor novembro em produção e licenciamento de toda a história nacional”, afirma o presidente da entidade, Jackson Schneider.
O representante do setor afirma que, com base nos números de novembro, este mês se encerrará com a produção de 227,8 mil veículos, o que acarretará no fechamento de 2,975 milhões de unidades em 2007.
Schneider explica que a produção deverá cair porque é o mês das férias coletivas, período quando a indústria faz manutenção de máquinas e ajuste de linhas.
Mercado – O aquecimento da produção foi conseqüência da explosão da demanda por veículos no País. No acumulado, foram vendidos 2,22 milhões no mercado interno. De acordo com o economista Raul Velloso, o fenômeno visto neste ano foi o da injeção de crédito do sistema financeiro no mercado, o que possibilitou a ampliação dos prazos de financiamento.
“O Brasil vive o chamado ‘Efeito China’, ou seja, as reservas do País sobem, a inflação e a taxa de juros convergem e o crédito cresce”, explica. Por outro lado, o real se valoriza diante do dólar. Assim, as exportações em unidades despencaram 6,6%, para 778,6 mil veículos.
Empregos – Com o crescimento atual, desencadeado pelo quadro econômico brasileiro, o nível de emprego nas montadoras subiu 12,1% de 2006 para este ano. Só em novembro foram contratadas 1.015 pessoas. Ao todo, as fabricantes de automóveis e de máquinas agrícolas possuem 119.615 funcionários diretos.
Anfavea aposta em mercado de 2,880 milhões em 2008
Priscila Dal Poggetto
Do Diário do Grande ABC
Com o ano praticamente encerrado, a Anfavea prevê expansão de 17,5% do mercado nacional em 2008, o que equivale a 2,880 milhões de novos veículos em circulação. Para atender a demanda, a produção deverá subir cerca de 9%, para 3,240 milhões.
“É um momento muito positivo para o setor. Traz para a indústria um novo patamar em relação à posição do Brasil no mundo, o que tem importância estratégica na avaliação das empresas”, afirma Jackson Schneider.
Os números da Anfavea desconsideram que o mercado nacional seja afetado por uma crise mundial, alavancada pelos Estados Unidos. Segundo o economista Raul Velloso, hoje o País tem “muito mais musculatura” para resistir a um choque no exterior. “São as nossas reservas. Temos US$ 170 bilhões em reservas para uma necessidade abaixo de US$ 40 bilhões”, comenta.
Preços – Apesar da indicação de alta nos preços de commodities no ano que vem – como o minério de ferro que deverá subir 30% – o presidente da Anfavea não acredita em reajuste dos valores dos veículos. “Acho que o efeito escala nos fornecedores inibirá a expansão dos preços.”
Fonte: Diário do Grande ABC
