Nissan: ano de 2009 será muito difícil.

O presidente da Nissan do México, Julio Panamá, assumiu em julho a direção geral da segunda maior empresa automotiva do país, com 21,3% do mercado. Mal esquentou o assento da poltrona, tem de gerir a companhia no meio da maior crise dos últimos anos. Tranqüilo e bem humorado o executivo disse que a companhia sofre com a situação atual, mas terminará o ano ainda dentro do esperado, ou perto disso. Para ele, o problema maior virá no ano que vem.

“Nosso plano original para 2008 era produzir 526 mil veículos. Com o freio que tivemos de pisar nos últimos meses, a produção deve terminar o ano perto de 488 mil. Ainda é um bom número, principalmente porque está próximo do plano original, que tinha sido elevado anteriormente.”

De acordo com Panamá a perspectiva para o próximo não é das melhores: “Será mais difícil do que 2008 porque começaremos a partir de uma base menor se comparada a que tivemos em 2007. O efeito dos últimos três ou quatro meses, que foram muito negativos, serão sentidos no ano que vem. Não há nada neste momento indicando que 2009 será melhor do que 2008. Há tanta incerteza, que não dá para arriscar estimativa nem para o fim de um mês”.

A situação dos Estados Unidos agrava ainda mais a operação da fabricante japonesa, embora a empresa ofereça o tipo de carro que o consumidor estadunidense procura neste momento: “Exportamos 65% do que produzimos aos Estados Unidos. São produtos como Sentra e Tiida equipados com motor de 1.8 litro, modelos que para mercados como Estados Unidos e Europa hoje são muito demandados. É verdade que isso nos colocou numa posição de certo privilégio nesses últimos três meses, mas o problema agora é que há uma crise de crédito e as pessoas que compram esse carros precisam dele”.

Brasil – Apesar da condição de carro mundial que os modelos Livina e Grand Livina possuem, a Nissan do México não tem planos para eles na região. Os carros serão produzidos na planta de São José dos Pinhais, PR, e de acordo com Panamá a importação foi uma possibilidade ponderada pela empresa: “tínhamos considerado trazê-lo para o mercado mexicano, mas ao rever nossa atual linha de veículos achamos que o Livina não é produto do qual possamos tirar muita vantagem”.

No momento a balança comercial da empresa é favorável ao Brasil. Desde junho de 2007 até agora a Nissan do México importou 21 mil unidades do Aprio, o Renault Logan brasileiro, e exportou 12 mil Sentra e Tiida.
(Sérgio Oliveira, de Guadalajara, México)

Fonte: Boletim Autodata