Corsa GSi: os detalhes do esportivo europeu que tivemos nos anos 90

Corsa GSi: os detalhes do esportivo europeu que tivemos nos anos 90

O Corsa GSi foi uma versão esportiva do hatch compacto da Chevrolet no Brasil entre os anos de 1994 e 1996, tendo vendido muito pouco no mercado.

Apesar de sua muito breve passagem pelo mercado nacional, o Corsa GSi marcou uma época em que o mercado brasileiro apostava em todas as categorias de veículo, tornando possível adquirir um hot hatch pequeno e atraente.

O compacto da GM foi uma resposta da montadora para esportivos pequenos que estavam em alta no mercado naquela época, como o Fiat Uno Turbo e o VW Gol GTI.

Corsa GSi: os detalhes do esportivo europeu que tivemos nos anos 90

Nesse ambiente, onde os importados também estavam entrando aos montes, o Corsa GSi deveria ter feito sucesso por muitos anos por aqui, ainda mais que trazia uma sigla bem admirada na época.

Contudo, dois fatores principais acabaram com a carreira do menor dos esportivos da General Motors em muito pouco tempo. Fatores externos ao produto, o levaram para o túmulo muito antes do que se imaginava.

No rastro de irmãos maiores, como o Kadett GSi e o Vectra GSi, por exemplo, o Corsa GSi tinha tudo para dar certo, mas não deu… Vendeu somente 3 mil unidades e hoje é uma raridade que custa um bom valor se tiver todo original.

Corsa GSi

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Em 1995, a General Motors trouxe ao mercado a versão esportiva do Chevrolet Corsa, que na época estava em sua segunda geração mundial, tendo nascido como um produto originalmente da alemã Opel.

De lá, ele trouxe quase tudo, inclusive a sigla esportiva que ostentava e que aqui era usada desde 1988. A sinergia entre Chevrolet no Brasil e Opel na Alemanha era enorme nessa época.

Em sintonia com a Europa, o Corsa GSi nacional trazia um motor da Hungria e tinha um visual realmente esportivo, inclusive no acabamento.

Além disso, trazia ainda uma calibração diferente para ser mais arisco. Como resultado, foi o mais rápido de sua categoria e também o mais econômico entre os pequenos esportivos.

Corsa GSi – Estilo

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Diferentemente da primeira geração, o Corsa A, a segunda – que ficou conhecida como Corsa B – tinha linhas bem arredondadas e estas davam forma ao Corsa GSi.

Disponível apenas na carroceria de duas portas, que era exclusiva também em suas formas numa comparação com a versão quatro portas, o GSi era um pequeno hot hatch muito atraente.

Com capô de tamanho médio para seu porte, o Corsa GSi tinha faróis amendoados e simples, que incorporavam os piscas de lentes igualmente brancas.

Bem purista, o esportivo da Chevrolet tinha grade retangular e arredondada nas extremidades, sem ostentar grelha estilizada, sendo formada pela junção de capô e para-choque. O logotipo da Chevrolet era pequeno e dourado.

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Este último também era envolvente e trazia faróis de neblina, que ficavam dentro de lentes interiores. Tinha uma grade inferior com friso centralizado em horizontal, assim como spoiler integrado ao desenho da peça.

No lado esquerdo da frente, existia ainda a mesma logotipia Corsa GSi da parte traseira, facilitando a identificação da versão. O Corsa GSi tinha rodas de liga leve aro 14 polegadas e pneus 185/60 R14, mas estas não pareciam ter esse porte.

O desenho de três raios duplos era exclusivo do Corsa GSi e passava a impressão de ser menor. Havia também saias laterais que ampliavam a proposta esportiva.

Na traseira, a vigia da tampa do bagageiro tinha um defletor de ar vistoso, que descia pelas laterais da peça. Isso dava um ar mais expressivo ao hatch, que ainda lanternas ovaladas e escurecidas.

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Com limpador e lavador do vidro traseiro, além de desembaçador, o Corsa GSi tinha ainda maçaneta traseira preta, assim como as maçanetas das portas, que eram embutidas. Os retrovisores de desenho aerodinâmico.

No Corsa GSi, as janelas traseiras não eram basculantes e o teto tinha vidro de tamanho padrão e acionamento manual no começo e depois elétrico, com direito a persiana interna. Havia ainda uma antena bem vertical.

Um destaque do Corsa GSi era o sistema de escape com ponteira dupla, deixando o esportivo ainda mais atrativo. O compacto tinha ainda molduras pretas no teto para instalação de racks eventuais.

Por dentro, o hot pequeno tinha um visual personalizado no habitáculo com volante esportivo de três raios com acabamento em material ecológico.

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O cluster tinha instrumentação diferenciada com ponteiros e escalas em amarelo, mantendo o mesmo padrão das versões mais completas, incluindo aí conta-giros, nível de combustível, temperatura da água e velocímetro, com algumas luzes-espia.

Com acabamento na cor preta, o painel do Corsa GSi vinha ainda com um check control na parte superior com relógio digital, assim como difusores de ar bem distribuídos, controles do ar condicionado manuais e rádio com toca-fitas.

Havia um cinzeiro com acendedor de cigarros mais abaixo, assim como um pequeno porta-objetos sem tampa sob o porta-luvas. O câmbio tinha manopla em material ecológico, tal como o freio de estacionamento manual.

Os bancos eram esportivos da Recaro com linhas vermelhas e acabamento em tecido cinza, tendo laterais mais elevadas e apoios de cabeça vazados, sendo dois atrás no banco bipartido.

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As portas tinha bom acabamento em tecido cinza com frisos vermelhos, mesma tonalidade empregada nos tapetes exclusivos do modelo.

O interior do Corsa GSi tinha acabamento claro no teto e colunas, tendo ainda vários itens a bordo, como ar condicionado, direção hidráulica, vidros elétricos com comandos nas portas, travas elétricas e espelhos externos com ajustes elétricos.

Além de faróis de neblina, rodas de liga leve, pacote aerodinâmico esportivo, teto solar elétrico e rádio com toca-fitas, o Corsa GSi tinha ainda diferenciais que não podiam ser vistos.

Ajustes esportivos

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O Corsa GSi tinha uma preparação para andar melhor e satisfazer os amantes do alto desempenho. O hatch vinha com suspensão mais firme.

O conjunto de molas e amortecedores pressurizados era mais rígido que nas demais versões do Corsa B, justamente para manter uma condução mais estável e empolgante.

A GM também alterou a barra estabilizadora dianteira, que passou a ser maior para garantir mais neutralidade nas curvas. Da mesma forma, o conjunto respondia direto para a direção hidráulica alterada.

O sistema teve a relação reduzida, permitindo assim que a direção fosse mais direta e respondesse de forma rápida aos movimentos do volante, ampliando a agilidade.

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Os freios tinham assistência do sistema ABS com EDB e eram ventilados os discos dianteiros. Os pneus mais largos também ajudavam na condução mais esportiva.

Ou seja, o Corsa GSi não era apenas uma versão com motor potente e visual esportivo. O produto da Chevrolet vinha mesmo para brigar por seu espaço e surpreender entre os pequenos.

Contudo, para responder de forma correta, esse conjunto mecânico modificado precisaria de um propulsor e câmbio que realmente permitissem um resultado realmente bom.

Corsa GSi – Motor

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O Corsa GSi era um carro pequeno e leve, que recebeu um conjunto motriz realmente bom para sua época. O “pocket rocket” da General Motors chegou surpreendendo pela performance.

O motor era o GM Família I fabricado na Hungria e importado diretamente para o Brasil. O propulsor era o X16XE e tinha bloco em ferro fundido com cabeçote em alumínio.

Este tinha duplo comando de válvulas acionado por correia dentada e quatro válvulas por cilindro, tendo assim 16V no total. Com 1.598 cm3, o C16XE tinha injeção eletrônica multiponto sequencial chamada Multec M e vinha com sensores MAF, MAP e EGR, recirculação de gases de escape.

Era o motor que recebeu o selo Ecotec na Europa, por reduzir as emissões de poluentes. O motor tinha ainda coletor de admissão em alumínio no lugar de plástico, do Corsa GSi europeu de 1993 e 1994. Ou seja, era um motor bem moderno para a época.

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Além disso, o Corsa GSi nacional tinha uma caixa manual de cinco marchas com relações mais curtas e sistema close ratio de engates rápidos e suaves por cabos, para dar o desempenho que o X16XE apresentava. Nesse caso, entregando 108 cavalos a 6.200 rpm e 14,8 kgfm a 4.000 rpm, sendo 80% a 1.500 rpm.

Atuando em regimes mais elevados e perdendo nos giros baixos, o pequeno 1.6 16V garantia ao esportivo ir de 0 a 100 km/h em 9,8 segundos e máxima de 195 km/h.

Pesando apenas 945 kg, o Corsa GSi tinha bom consumo pelo que andava, fazendo 12,6 km/l de gasolina na cidade e 15,8 km/l na estrada. Ou seja, era quase o melhor de dois mundos para a época.

Com esse consumo, o hot hatch podia rodar quase 730 km sem reabastecer, o que era muito bom. O compacto da GM tinha apenas 46 litros no reservatório de combustível.

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O Corsa GSi tinha 3,729 m de comprimento, 1,608 m de largura, 1,388 m de altura e 2,443 m de entre eixos, tendo assim 240 litros no porta-malas e espaço interno mediano.

Ele só existiu na carroceria hatch de duas portas, que tinha um aspecto mais próximo de um cupê, o que realçava a proposta de desempenho do compacto.

Na carroceria de quatro portas, por ser mais familiar, talvez uma versão GSi não caísse bem, mas os Corsa Sedan e Wagon da época até poderiam dispor dessa versão, especialmente a perua.

Esse conjunto do Corsa GSi venceu o VW Gol GTI em aceleração na época e também era o mais veloz do segmento, mas isso foi até a chegada do Gol GTI 16V no primeiro caso e o Fiat Tipo 2.0 16V no segundo.

Motivo da saída

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Como se vê, o Corsa GSi tinha tudo para ter seguido adiante, sempre medindo forças com Gol GTI e Uno Turbo i.e., porém, as coisas não aconteceram como o esperado.

Um dos problemas que atingiram em cheio o esportivo da GM era a linha de montagem. O processo produtivo do esportivo demandava mais tempo e isso atrasava a produção do Corsa como um todo.

O motor importado da Hungria exigia ainda mão de obra qualificada e também mais atenção na hora de montar na linha de produção.

Por conta disso, o Corsa GSi foi produzido em lotes limitados para evitar que a cadência do popular Corsa fosse reduzida e, assim, impedindo a distribuição nos mais de 600 concessionários Chevrolet da época.

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Devido a esse entrave, apenas entre fevereiro de 1995 a agosto de 1996, o esportivo teve em torno de 3.000 unidades produzidas. Alguns até acreditam que foram apenas 2.500 construídos.

Com tão poucos carros na praça, era de se esperar que o interesse diminuísse pela falta de produto no mercado, sendo seu preço bem alto para a época, o que contribui para as baixas vendas.

Em 1997, o Corsa GSi deixou de ser oferecido, deixando assim o mercado livre para o Gol GTI, já que o Uno Turbo i.e. também havia saído de cena.

A GM não retornou mais a sigla GSi no Corsa, mesmo com o modelo C tendo grande apelo para voltar a brilhar como anteriormente. Nesse caso, a montadora tinha no Brasil o motor Família II 2.0 16V do Astra GSi.

Este poderia ter dado a um segundo Corsa GSi a performance perdida em 1997, entregando até 136 cavalos, mas a Chevrolet viu apenas o Astra com esta possibilidade e, mesmo assim, não este não durou muito.

Na Europa

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O Corsa GSi era um produto originário da Adam Opel AG, a montadora alemã com sede em Rüsselsheim, que fazia parte da General Motors desde 1926 e que foi vendida para a PSA em 2018.

Lançado em 1982, o Corsa A chegou a ter versões SR inicialmente e depois com a GT. A sigla foi mudada para GTE em 1987, mas logo depois o GSi do Kadett prevaleceu sobre o irmão menor.

Nesse caso, equipado com motor 1.6 16V de 101 cavalos. Esse Corsa GSi “A” chegou a ser preparado pela Irmscher, especializada em Opel.

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Com a mudança de geração, o esportivo voltou em 1993 com o motor 1.6 16V de 108 cavalos, mas não era o X16XE e sim o C16XE, que não era considerado Ecotec por não ter os melhoramentos para redução de emissões, como o brasileiro.

O Corsa GSi seguiu adiante nas gerações seguintes, com o Corsa C tendo motor 1.8 16V de 125 cavalos nessa versão. Já o Corsa D usou o 1.6 16V Turbo de 150 cavalos nessa mesma proposta, já com o OPC/VXR atuando acima.

Nessa nova geração, o Corsa GSi se despediu da linha da Opel, sendo definitivamente substituído pelo mais potente OPC (Vauxhall VXR). Depois do Corsa E, o esportivo ainda está indefinido no Corsa F, o primeiro com base PSA.

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