O champanhe já está no gelo

Charge Abê                                   Alzira Rodrigues

Ainda faltam 49 dias para o ano terminar, mas não resta mais qualquer dúvida quanto ao que representará 2007 para o setor automotivo. Nunca se vendeu tanto carro no País como agora. Nunca se produziu tanto veículo e nem se apresentou tantas novidades como neste ano.
Outubro, em particular, foi um mês surpreendente. A produção ficou próxima a 300 mil unidades e o mercado interno emplacou mais de 244 mil. Como admitiu o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, ao divulgar o balanço do mês passado, “o champanhe já está no gelo”.
O setor ainda reclama das exportações, que crescem em faturamento mas caem em volume, mas admite que há motivos consistentes para comemorar o desempenho interno. Se o ano começou com projeções cautelosas de crescimento, na faixa de 10% a no máximo 15%, agora é indiscutível que o mercado doméstico vai ficar num patamar pelo menos 25% acima do ano anterior.
Afinal, até outubro foram comercializados quase 2 milhões de veículos – foram exatamente 1.983.473 – e se for mantido o ritmo do mês passado, serão emplacados no País este ano pelo menos 2,4 milhões de unidades. Vale notar que o volume alcançado de janeiro a outubro já supera o total de 2006, que foi de 1.927.500.
Certamente, portanto, não haverá motivo para que os executivos da Anfavea deixem de abrir um champanhe no próximo mês, se é que já não abriram por antecipação. O crescimento interno tem sido consistente e nada indica mudanças no atual rumo.
O maior volume de crédito, os juros menores e os prazos mais longos têm garantido o bom desempenho. Com a vantagem de a inadimplência estar em queda, o que indica que o consumidor brasileiro está bancando prestações que efetivamente cabem no seu bolso. Ao setor resta, agora, se preparar para manter seus produtos atualizados e ampliar a oferta, hoje aquém da demanda.

Fonte: Diário do Comércio