Ocidentais e orientais disputam espaço no Salão de Pequim


Salão chinês ganha status e torna-se um dos mais importantes eventos automotivos do mundo

Thiago Vinholes

Neste último final de semana foram iniciadas as atividades do 10º Salão do Automóvel de Pequim, hoje um dos maiores eventos automotivos do mundo. Ao todo, são 1.900 carros vindos de mais de 20 países distribuídos numa área de 740 m2. Deste total, 540 são de marcas chinesas, que pela primeira vez na história do evento deixam de ser meras coadjuvantes na mostra para brigar de igual para igual contra fabricantes estrangeiros, ao menos no quesito visual.

A China ostenta o título de país que mais polui a atmosfera, logo, a maioria dos carros à mostra são sedãs com motores à gasolina sem nenhuma prevenção contra altas emissões de CO2. No entanto, o Salão de Pequim 2008 inaugura uma nova era da indústria automobilística chinesa, que prega pela originalidade, salvo algumas exceções como o Beijing B40, uma mistura descarada de Jeep Wrangler com Land Rover Discovery 3.

Outra novidade é a enxurrada de carros conceitos chineses, como o Geely GT, um sedã de grande porte com ar esportivo, e o FAW Honqi, um jipão de luxo com linhas um tanto extravagantes. Já os modelos de produção miram o mercado europeu, como pode ser notado nos modelos da Brilliance e da JAC, que contaram com a ajuda estética do estúdio italiano Pininfarina, conhecido por suas criações para a Ferrari.

Como prova de seu prestígio, o Salão de Pequim também foi palco de importantes lançamentos mundiais, tais como os novíssimos Audi Q5 e a versão definitiva do Mercedes-Benz GLK, que chegam para brigar no segmento de utilitários compactos. Além desses modelos, a Nissan também apresentou o Teana, um luxuoso sedã que será vendido em diferentes partes do mundo.

O título de maior estante fica com a Ford, expondo – além de seus carros – modelos da Volvo, Mercury, Mazda, Land Rover, Jaguar e Aston Martin. Apesar das três últimas marcas não pertencerem mais ao grupo do oval azul, elas estão a mostra em Pequim debaixo dos holofotes da Ford. Na seqüência vem a líder de vendas no mercado chinês, Volkswagen, que somente no ano passado vendeu mais de 750 mil veículos no país, mais do que todas as montadoras chinesas juntas. Mas ao contrário do Brasil, onde o Gol é líder, por lá a estrela é o Santana, que na China ainda vende igual pão quente.

O Salão segue aberto para visitantes até o próximo dia 28.
Fonte: Auto Esporte (22/04/2008)