Pelo menos o setor automotivo dos EUA já está em recessão, diz Ghosn

da Folha de S.Paulo

O presidente-executivo das montadoras Renault e Nissan, Carlos Ghosn, afirmou que os Estados Unidos já estão em recessão “pelo menos no setor automotivo”. As principais montadoras mundiais, especialmente as americanas, vêm enfrentando dificuldades no mercado dos EUA.

Segundo o executivo, a recessão no setor norte-americano não durará um longo período. “Não acredito que estejamos vendo hoje uma tendência que irá durar eternamente.”

Ele também falou sobre os problemas que as empresas do setor estão enfrentando com o aumento dos preços de commodities como minério de ferro e alumínio. “Isso representa risco para a indústria.”

Nesta semana, a brasileira Vale negociou com algumas das principais siderúrgicas mundiais aumento de até 71% nos preços do minério ferro (usado na fabricação do aço).

Para Ghosn, os preços das matérias-primas, que estão subindo pelo quarto ano consecutivo, terão de cair. “Haverá um momento em que, por uma série de motivos, isso irá parar.”

Ele falou ainda que as montadoras precisam aumentar suas atenções para os mercados emergentes, como Brasil, Rússia, Índia e China (os chamados Brics), e que eles serão fundamentais para as empresas do setor nos próximos anos.

De acordo com o executivo da Renault e da Nissan, os mercados de países desenvolvidos como Estados Unidos e Japão ficaram estagnados nos últimos quatro anos e não são animadoras as perspectivas para este ano. Enquanto isso, os de emergentes tiveram crescimento de pelo menos 20% no ano passado, segundo ele.

Índia

De olho nesses mercados, a Nissan e a Renault construirão na Índia uma fábrica que custará US$ 1,1 bilhão, com capacidade para produzir 400 mil carros por ano e que começará a funcionar a partir de 2010.

Ela ajudará as empresas -que possuirão participações iguais no projeto- a exportarem carros. O anúncio ocorre um mês após a Mahindra & Mahindra, a maior fabricante indiana de utilitários esportivos, ter abandonado uma joint venture com as empresas, deixando-as sem parceira local.

Fonte: Folha Online