Política automotiva venezuelana pode mudar

O setor automotivo da Venezuela vive momentos de impasse. Enquanto representantes do governo da indústria automotiva nacional e sindicatos discutem novas regras para o segmento, o diretor da Câmara Automotiva da Venezuela acusa o governo de enganar as empresas importadoras de veículos.

Segundo informações da agência Flash de Motor, equipe de negociação para fazer mudanças na atual política automotiva na Venezuela já foi organizada. Os Ministérios do Trabalho e do Seguro Social convocaram reunião com representantes das montadoras, fabricantes de autopeças e também com lideranças sindicais para início das conversas.

O vice-ministro do Seguro Social, Jesús Farias, reconheceu que a nova política automotiva implantada em janeiro passado precisa ser modificada, pois impõe entraves que inibem o desenvolvimento da produção nacional de veículos, assim como a evolução de toda cadeia produtiva. “O setor automotivo não pode mais ser visto como problema, mas como um setor que agrega valor ao país na medida em que gera melhorias aos trabalhadores, incrementa produção nacional e amplia vagas de trabalho.”

Representantes da indústria automotiva concordam com a proposta de incrementar a produção venezuelana de veículos, entretanto acreditam que a atual política pública para o setor funciona como freio. Farias espera que a nova equipe analise o setor de forma ampla, abordando temas como conflito trabalhista e manufatura.

Ao mesmo tempo, o governo que já reconhece a necessidade de operar alterações em sua política de incentivos ao setor automotivo, também causa problemas com as importações. Carlos Guevara, diretor da Câmara Venezuelana Automotiva, Cavea, acusa o governo de ludibriar as empresas importadoras de veículos. Segundo Guevara as companhia estão sendo chamadas para entregar ao Ministério da Indústria e Comércio suas licenças de importação para serem corrigidas em atendimento aos novos volumes permitidos. Entretanto essas licenças não são devolvidas às empresas.

Com isso, o volume de veículos nos portos venezuelanos que não podem ser nacionalizados já está próximo de 18 mil unidades e ainda correm o risco de serem confiscados pelo Serviço Nacional Integrado de Administração Tributária e Aduaneira, Seniat, como já aconteceu com Audi, Citroën, Dodge, Mercedes-Benz e Volkswagen Caminhões e Ônibus.

Ainda de acordo com a agência de notícia, Guevara destacou os impactos negativos que esta conduta e a burocracia do governo devem gerar na oferta de veículos no país pelos próximos três meses. Ele ainda caracterizou a situação como uma demonstração da desconsideração com as importadoras de veículos de luxo, que foram autorizadas a trazer determinados modelos e que, agora, estão parados nos portos correndo todos os tipos de risco.
(Redação AutoData)

Fonte: Boletim Autodata