Porsche revela mais sobre o novo 911 e diz que ele pode ter versão híbrida ou elétrica

August Achleitner, chefe da gama 911, examina a nova geração do esportivo (Foto: Divulgação)

 

Ainda um pouco distante do lançamento oficial, esperado para o Salão de Paris, em outubro próximo, o novo 911 está sendo apresentado aos pouquinhos. Agora, foi a vez do carro estrelar um artigo na revista Christophorus, editada pela Porsche, onde foram revelados mais alguns detalhes e imagens da nova geração. 

Os dados foram apresentados pelo diretor da linha 911, August Achleitner, que tem a tarefa “dura” de aperfeiçoar o esportivo há 20 anos. Segundo ele, o carro é o coração da empresa, mas ele tem que evoluir e uma coisa sempre será certa: o novo 911 sempre será o melhor da história.

“A cada inovação, o fator decisivo é se ela cabe no caráter do 911”, explica Achleitner. Como o 911 é um ícone que sempre manteve o seu caráter em pontos como a silhueta alongada, motor de cilindros opostos traseiro e filosofia 2+2 (dê uma olhada na linha do tempo produzida pela Donut Media e veja que nada disso mudou), o executivo sempre fica com medo de adotar algum modismo que se torne datado.

Foi assim com o sistema de navegação do 996, lançado em 1997 e conhecido por ser o primeiro 911 refrigerado a água. O carro pode parecer elegante e belo até hoje, mas alguns elementos como o sistema GPS, que estreou naquela geração, estão datados. “Mesmo que o público espere por um grande fator surpresa, a longo prazo uma certa reserva em relação a estética vale a pena”.

Que tal um 911 híbrido ou elétrico?

 

A Porsche está investindo em um plano de eletrificação sério, o próprio Mission E é a prova disso e já está em testes finais. Nem o 911 escapará da estratégia. “Há dois anos atrás eu diria nem pensar. Atualmente, não descartaria”, confessa August Achleitner. “Antes de gerar qualquer mal entendido, reforço: o novo 911, o Tipo 992, não é um esportivo elétrico. Mas poderia ter uma opção em sua gama”, deixou escapar.

Ou seja, podemos esperar por um 911 híbrido ao estilo do 918 Spyder e, possivelmente, uma configuração inteiramente elétrica. O objetivo é justamente ganhar uma performance capaz de rivalizar com supercarros bem mais caros que o 911, sem gastar muito combustível, algo imperativo diante dos limites de emissões reduzidos dos mercados europeus.

O que teria mudado o coração de Achleitner? “Eu dirigi o protótipo do nosso esportivo elétrico, o Mission E, e foi uma experiência muito convincente. E a performance dos nossos carros de corrida LMP com sistemas híbridos é simplesmente sensacional. A única preocupação é adequar um motor elétrico ao caráter do 911.

Novo Porsche 911 flagrado em testes (Foto: Automedia)

 

A ideia é a evolução constante, sem rupturas radicais, por mais que alguns velhos costumes caiam por terra de vez em quando. Foi assim em 1997, quando acabaram os 911 refrigerados a ar, como também em 2015, quando o último Carreira aspirado foi produzido. Conquistar reviews positivos logo após o lançamento ajuda a amaciar os mais puristas “Alguns fãs fizeram barricadas, foi tudo melancolia e desgraça para muitos. Mas aí aconteceu como sempre: o novo modelo foi ainda melhor avaliado do que seus antecessores”.

Isso não quer dizer que eles colocarão todo o tipo de novas tecnologias no modelo. “Até quando falamos de sistemas de assistência, eles tem que caber no caráter do 911″, analisa Achleitner”. Afinal, ninguém compra um esportivo exatamente pelo controle de cruzeiro adaptativo ou pelo assistente de manutenção de faixa. “Todas essas coisas são convenientes e úteis. Mas o consumidor tem que poder escolher se vai querer ou não utilizar essas tecnologias e, acima de tudo, desligá-las quando ele não estiver interessado”.

Manter o controle sobre a máquina ao toque de um botão ainda é a filosofia do fabricante, que já deixa claro que o 911 não será autônomo. Mesmo que as tecnlogias autônomas ganhem mercado ainda mais rapidamente do que o esperado, a Porsche não fará um 911 capaz de se autodirigir. “O 911 será um dos últimos carros a poder ser dirigido autonomamente”, garante o chefão.

O que os flagras contam

Os flagras deixam claro que o 911 terá silhueta bem parecida. Os faróis mais ovalados continuam bem integrados aos para-lamas dianteiros. O capô continua a ser curto como no 991 atual, mas alguns pontos na silhueta serão diferentes, tais como as portas, cujas maçanetas ficam um pouco mais embutidas. A grande alteração visual está na traseira: lanternas unidades por um filete de leds atravessam toda a largura da carroceria.

Novo Porsche 911 flagrado em testes (Foto: Automedia)

 

Por dentro, o esquema manterá o conta-giros em destaque central, cercado por telas anguladas para envolver o motorista. A central multimídia é enorme e bem integrada ao console elevado que, por sua vez, lembra muito o interior do Panamera e de outros Porsches mais confortáveis. E a alavanca de marchas tornou-se eletrônica.