Praticamente vendida para a Magna, Opel dá adeus ao Brasil


Os novos Astra e Ampera, veículos que vão dar o que falar na Europa, não influenciarão os modelos da Chevrolet

Texto: Gustavo Henrique Ruffo
Fotos: Gustavo Henrique Ruffo

(21-09-09, Frankfurt, Alemanha) – Caminhando pelos corredores de Frankfurt, encontramos Herbert Demel, executivo que já chefiou a Volkswagen do Brasil com bastante competência. Perguntamos se ele já estava preparado para comandar a Opel, em vias de ser comprada pela Magna, e ele nos disse, rindo: “Estou me preparando para comprá-la, isso sim!”. Seja como for, o Salão de Frankfurt marca a despedida da marca dos destinos brasileiros.

Quem não está muito familiarizado com o nome Opel pode achar que estamos falando bobagem, mas não se trata disso. A maior parte dos carros da Chevrolet vendidos no Brasil são projetos da Opel, como Corsa, Meriva, Astra e até Vectra, que poderia passar facilmente pelo Astra europeu. De agora em diante, eles terão mais a ver com a Daewoo e com os veículos norte-americanos. Pena, porque a Opel acabou de mostrar na Europa o novo Astra. E o carro é de tirar o chapéu.

Muito parecido com o Insignia, ele é chamado pela Opel de “mini Insignia”, uma tentativa de associar os dois produtos que faz todo o sentido. O Insignia, substituto do Vectra aqui no Velho Continente, está vendendo mais do que água em dia de jogo. É natural que, se o Astra for um mini Insignia, com preço proporcionalmente menor, ele repita os bons resultados.

Falando nele, estava presente no evento a versão OPC, tanto do sedã quanto da perua Insignia. Equipados com motor V6 de 2,8 litros turbocomprimido de 325 cv (239 kW), eles chegam à velocidade máxima limitada a 250 km/h, mas aceleram de 0 a 100 km/h em 6 s. O torque está em 400 Nm.

Voltando ao Astra, ele tem motores a gasolina com variação de 75 cv a 240 cv e a diesel de 90 cv a 150 cv. O hatch só peca por não ter, como Ford Focus e VW Golf (o europeu, de sexta geração), suspensão multilink na traseira. A do Astra é por eixo de torção, que a Opel diz ter aperfeiçoado à enésima potência. Quem sabe assim, tão melhorada, ela não chega perto de uma multilink simplezinha…

Outra estrela da marca no evento era o Ampera, a promessa de carro elétrico da Opel aos europeus, para 2011. Assim com o Volt, ele terá o sistema elétrico de propulsão Voltec, que tem autonomia de 60 km só com a carga de suas baterias de íons de lítio e motor elétrico de 150 cv e 370 Nm de torque.

Para ir mais longe, ele terá um motor 1,4-litro turbo para gerar apenas energia elétrica para suas baterias. É por isso que chamam o Ampera de “veículo elétrico de autonomia estendida. O motor a combustão serve apenas como gerador e prolonga a distância que o carro pode percorrer para 1.030 km com um tanque de combustível.

Com 4,40 m de comprimento, 1,80 m de largura, 1,43 de altura e um entreeixos de 2,69 m, o Ampera tem velocidade máxima limitada a 161 km/h para preservar suas baterias de íons de lítio. Com 301 l de porta-malas, ele carrega só quatro pessoas. O quinto passageiro foi sacrificado pelo pacote de baterias instalado onde, em carros comuns, vai o túnel da transmissão.

Fonte: WebMotors