Preço do carro exportado sobe 13,34% em dois anos


Agência AutoInforme

Você já reparou que as fábricas de carros pararam de reclamar da defasagem cambial? Em 2006 e 2007, a cada reunião mensal da Anfavea com jornalistas da área, era sempre a mesma ladainha, com os dirigentes sempre reclamando que o dólar baixo prejudicava as exportações. De fato as exportações caíram, mas os fabricantes diminuíram o ritmo de reclamação. Pudera: estão vendendo menos unidades e ganhando mais dinheiro. A mágica? Os carros exportados vão com maior valor agregado, mais equipados, custando mais caro.

Isso é tudo o que qualquer fabricante quer: vender menos a um preço maior. De quebra, o dólar barato ajuda as empresas instaladas no Brasil em relação à importação de peças e componentes. Boa parte dos carros feitos no Brasil e na Argentina usa peças importadas, principalmente as eletrônicas. Portanto o carro ficou mais barato com a valorização do real.

Em 2006 a indústria automobilística exportou 865,2 mil unidades e faturou com isso U$ 12,3 milhões. Em 2007 teve uma pequena redução no número de unidades vendidas ao exterior (816,6 mil unidades) e teve praticamente o mesmo faturamento (US$ 12,461 milhões). Mas no primeiro trimestre deste ano a relação unidades/preço mudou bastante.

O carro brasileiro exportado em 2006 custou na média US$ 14.225. Em 2007, US$ 15.260 e neste ano é vendido por US$ 17.297. O preço do carro exportado portanto aumentou em 13,34% este ano, em relação ao ano passado

Aqui dentro – Internamente também houve aumento do preço do carro, que ficou 0,69% mais caro em março. Foi a terceira alta seguida e a maior do ano. No primeiro trimestre, a alta foi de 1,27%. Os dados foram apurados pela pesquisa mensal da Agência AutoInforme, que acompanha a evolução dos preços praticados no mercado dos carros nacionais e importados, com base na cotação da Molicar.

O resultado de março indica alta no preço dos carros nacionais e queda nos importados. A marca que mais aumentou foi a Citroën, com média de 1,90%. A alta da Peugeot foi de 1,40%, seguida pela Ford, com 1,37% e Fiat, com 1,23%. Ficaram mais baratos os carros importados da BMW (-1,76%), Maserati, (-1,74%), Lexus (-1,04%) e Chrysler (- 0,34%).

A maior elevação de preço por modelo – de 6,76% – foi da picape S10 2.4 Advantage, cabine dupla, 4×2, flex. Em fevereiro a cotação da Molicar indicava que a picape da GM podia ser encontrada por R$ 56,2 mil, mas em março o preço subiu para R$ 60 mil. O Peugeot 206 Presence 1.4 flex teve a segunda maior alta do mês: o preço do carro passou de R$ 33,6 mil para R$ 35,5 mil, aumento de 5,65%. O Mitsubishi Grandis segue a lista com acréscimo de 5,26%. O preço da van subiu de R$ 114 mil para R$ 120 mil.

Fonte: Diário do Comércio