PSA diz que eletrificação pode acabar com fabricantes de automóveis

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O processo de eletrificação dos automóveis não tem mais volta. Pressionados por leis ambientais cada vez mais rígidas, os fabricantes de veículos não têm outra opção a não ser investir no carro elétrico como produto definitivo, pelo menos para as próximas décadas. Algumas marcas até estão conseguindo adiar essa mudanças, mas a PSA alerta que esse novo rumo da indústria automobilística pode resultar em falência de algumas empresas. Só o continente emprega 12,6 milhões de pessoas na indústria automobilística.

Em visita ao Brasil, Carlos Tavares – CEO da PSA – revelou preocupação com o processo de eletrificação, que ele diz ser de cunho político e não motivado pelo mercado automotivo. O executivo português está receoso quanto ao movimento dos legisladores da União Europeia em apertar cada vez mais o cinto na questão das emissões, o que foi intensificado após o escândalo do Dieselgate. Até 2030, se os fabricantes não cumprirem as metas de emissão, pagarão multas pesadíssimas, o que poderá acabar com alguns deles, concluiu Tavares.

Mas não é apenas isso. O chefe da PSA também reclamou que “não se fala sobre as emissões das fábricas de baterias e o processo de reciclagem dessas baterias”. Tavares comenta que se a energia vem do carvão, por exemplo, então o processo gera poluição. Ele questiona a capacidade de geração de energia para sustentar uma frota de veículos elétricos, assim como a infraestrutura para recarga e o custo dessa energia.

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Apesar do discurso contra o processo de eletrificação, como está sendo feito no momento, onde a maioria das empresas estabeleceu metas para investimento e produção de carros elétricos, a PSA também não fica de fora. O grupo francês já anunciou os primeiros modelos 100% elétricos a partir de 2019. A empresa não divulga números, mas confirma que a tecnologia é de desenvolvimento próprio, o que sem dúvida exigiria um custo maior que o compartilhamento técnico com outra empresa.

Tavares diz que a partir de 2025 a PSA terá 40 modelos eletrificados. Nessa estratégia, vale até retornar ao mercado americano, onde a marca Peugeot está sendo cogitada para a missão. Porém, é a Opel que surge como escolha principal no processo de substituição de motores a combustão por elétricos dentro do grupo. O Corsa 2019 já foi confirmado com essa opção.

O presidente da PSA, no entanto, diz que os fabricantes europeus precisam investir no carro elétrico por conta da China. O país asiático quer ser líder mundial nesse mercado. Assim, Tavares concluiu: “Ou nos adaptamos, ou morremos”. Já em referência ao Brasil, o chefe português acredita que o processo aqui vai demorar mais por conta do etanol. Ele disse: “O carro flex é um fator positivo pois já permite avanços”. Ele se refere ao compromisso de redução de CO2 da COP 21, mas ressalta que a Europa tem objetivos “mais severos”.

[Fonte: Estadão via Clic RBS]

 

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