Reino Unido: Montadoras japonesas alertam que Brexit pode significar saída do país

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Enquanto as montadoras se inquietam com a demora na aprovação do Rota 2030 no Brasil, o Reino Unido passa por uma situação parecida, mas com pressão ainda mais forte, praticamente oficial por parte do governo japonês. O embaixador nipônico no país comunicou a preocupação de Tóquio em relação à saída da Grã-Bretanha da União Europeia.

Koji Tsuruoka declarou que sem rentabilidade nas operações das empresas privadas – não só as japonesas – nenhuma delas poderá continuar com seus negócios no país. O embaixador do Japão no Reino Unido expressou preocupação com a situação das empresas nipônicas no país. Honda, Nissan e Toyota já haviam participado de uma reunião com o governo de Theresa May com a mesma preocupação em relação ao Brexit.

Atualmente, as três montadoras japonesas representam quase metade da produção de carros no Reino Unido, que foi de 1,67 milhão de veículos em 2017. Desde que chegaram ao país nos anos 80, essas empresas já investiram US$ 56 bilhões por conta da relação entre a Grã-Bretanha e o continente europeu, vital para as operações automotivas.

Com a aproximação do prazo oficial para o Reino Unido sair da União Europeia, o que deve acontecer em março de 2019, os fabricantes de veículos instalados no país e mais aqueles de origem local estão preocupados com a possível imposição de barreiras tarifárias no comércio com o restante da Europa.

Uma reunião de cúpula entre Reino Unido e União Europeia foi prometida para o mês de março, a fim de que possa ser firmado um acordo comercial onde o país permaneceria livre de tarifas alfandegárias com o continente, vital para as relações entre os dois lados sem atritos após a saída do bloco. As montadoras esperam que tal acordo aconteça para que suas operações continuem no país.

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Por ora, existe alguma confiança de que um acordo será firmado, embora não haja consenso no parlamento britânico sobre o assunto, pois o livre comércio entre Reino Unido e União Europeia será regido pelas leis do bloco econômico como acontece atualmente e não por novas regras que seriam criadas em outra situação.

Além das três montadoras japonesas, o Reino Unido ainda possui grandes operações da Ford – que já está mudando suas operações financeiras para a Alemanha por conta do Brexit – PSA (Vauxhall), BMW (MINI) e Jaguar Land Rover, fora as operações menores de Rolls-Royce e Bentley. Na Vauxhall, a PSA diz que as operações locais precisam ser enxugadas e já demitiu uma boa parte dos empregados da marca inglesa, ligada à alemã Opel, ambas compradas pelo grupo francês. Obviamente, o temor de um Brexit “duro” ajuda nesse processo de esvaziamento da empresa.

A BMW já declarou que pode mudar a produção da MINI para a Holanda e outras plantas caso não haja acordo comercial. A Jaguar Land Rover esta expandido suas operações para Eslováquia e Áustria, mas mantém firme a proposta de permanecer no país. A Bentley já tem parte de suas operações no continente.

No caso da Ford, o problema nem está diretamente ligado ao Brexit, mas às operações europeias, que não estão completamente saudáveis. Até rumores de uma possível saída da Europa ventilaram, mas a empresa reafirmou que não tomará o mesmo caminho da GM. Em três quartos do ano passado, a montadora teve lucro de US$ 178 milhões no bloco, ante US$ 1,04 bilhão de prejuízo no mesmo período em 2016.

[Fonte: Auto News Europe/Forbes]

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