O presidente das fabricantes de automóveis Renault e Nissan, Carlos Ghosn, ressaltou nesta quinta-feira que, embora não acredite que o futuro da indústria automobilística esteja em perigo pelo aumento dos preços do petróleo, será necessária uma “ruptura tecnológica” que permita romper seu atual grau de dependência, que não é viável a longo prazo.
“Caso fossem cumpridas as previsões, e a proporção mundial de carros passasse dos 600 milhões atuais para 2,9 bilhões em 2050, e se continuássemos tão dependentes quanto agora do petróleo, o barril provavelmente chegaria a US$ 1 mil”, afirmou Ghosn.
Em termos gerais, ele explicou que “não se pode prever o desenvolvimento mundial em um prazo de 20 anos tendo só o petróleo como fonte de energia”, e opinou que a diversificação dessas fontes no setor automobilístico será o carro elétrico e a pilha de combustível (hidrogênio).
Sobre este assunto, lembrou que a Renault se comprometeu a vender na Europa carros elétricos a partir de 2010, e assegurou que serão “confiáveis e modernos”.
Segundo ele, o futuro do automóvel passa pelos veículos sem emissão de poluentes e pelos sistemas de conexão com outros veículos para uma melhor gestão do trânsito, por exemplo.
Ghosn destacou que “nunca contemplou” o fechamento de fábricas da Renault na França, embora “não se deva esperar crescimento muito forte em suas capacidades”, já que é muito difícil exportar o que se produz em países da zona do euro.
Ele considerou que as vendas da Renault na França –seu principal mercado– foram razoavelmente bem no ano passado, com o destaque para carros de menor potência.
Perguntado sobre a continuidade da marca na Fórmula 1, afirmou que sua presença “é um compromisso durável”, e que a equipe está “trabalhando forte para obter resultados”.
Fonte: Folha Online