Setor automotivo receberá US$ 11,2 bilhões até 2012

 Novo presidente da Anfavea,Cledorvino Belini
Anúncio foi feito pelo novo presidente da Anfavea, Cledorvino Belini

Renata Viana de Carvalho

Com os mercados desenvolvidos com sobra de capacidade e os emergentes crescendo acima da média, o Brasil se torna destino certo para os investimentos da indústria automobilística. Prova disso é o anúncio feito hoje pelo novo presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e do Sinfavea (Sindicato das montadoras), Cledorvino Belini – que comanda a Fiat do Brasil. A cerimônia de posse será na noite dessa sexta-feira, mas em entrevista à imprensa, Belini antecipou o montante que as montadoras vão injetar no país até 2012: US$ 11,2 bilhões. O valor supera a quantia de US$ 8,1 bilhões, investida de 2007 a 2009. Produtos, tecnologia e processos serão alvos dos recursos financeiros.

Além da boa notícia, Belini prometeu um “choque de competitividade” durante sua gestão, que irá até 2013. “Promoveremos a criação de um programa nacional que unirá o governo e a iniciativa privada. A intenção será atrair investimento para acelerar o desenvolvimento tecnológico, a inovação e a capacitação dos trabalhadores e fazer do país um centro de engenharia, capaz de exportar inteligência automobilística e atrair novos projetos globais”, declarou. Ele acredita que esse “choque” deve ser sistêmico e abranger desde a cadeia de fornecimento de matéria-prima, logística, infra-estrutura e capital humano. “Somos um grande player, mas temos de estar estruturados para a realidade dos novos emergentes”, completou.

Leia mais

»Brasil será 4º em vendas, dizem analistas
»Vendas batem recorde histórico em março
»Sai primeiro balanço de vendas do ano

Em 2009, a venda de veículos no mercado nacional cresceu 12% em relação ao ano anterior – segundo a Anfavea. A expectativa da associação para 2010 é de que as vendas atinjam 3,4 milhões de unidades, o que representará uma alta de 8,2% se comparada com o ano passado. “Fechamos 2009 como o quinto maior mercado de automóveis. Se ficarmos em quarto ou em quinto, de novo, está de bom tamanho. A preocupação é com a colocação no ranking de produção, onde somos o sexto. Por isso precisamos de um mercado e um sistema de produção mais competitivos, que gerem emprego, renda e investimento”, disse.

Quando questionado sobre o elevado imposto cobrado sobre veículos importados (35%), Belini disse que não deve haver modificações. “Essa alíquota protetora se faz necessária até que tenhamos a competitividade acertada”, afirmou. O IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), também foi discutido. A redução do tributo foi fundamental para o bom desempenho do setor até março, mas a tributação não deve sofrer novas alterações, de acordo com Belini. O executivo acredita que só uma reforma fiscal faria com que o consumidor pudesse saber, realmente, quanto paga pelo carro e pelos impostos. Otimista declarado, Belini espera que essa reforma seja promovida por quem quer que assuma a presidência do país em 2011.

Segundo os dados da Anfavea, 353 mil veículos foram vendidos em março deste ano, último mês em que o IPI reduzido vigorou. A expectativa é que abril feche com 294 mil unidades – uma média de 13,7 mil modelos/ dia.

Fonte: Auto Esporte