SP concentra 71% dos carros blindados no país

Simulação de ataque a carro blindado         Blindagem impede que balas perfurem a latariaManta feita de fibra sintética
Homens entre 25 e 29 anos são maioria nos blindados, diz pesquisa.
Uma blindagem custa em média a partir de R$ 58,5 mil.

Do G1, em São Paulo
Fotos: divulgação G1

A procura por carros blindados no Brasil chegou até o Supremo Tribunal Federal. Sempre que vai a cidades grandes, como São Paulo e Rio, o ministro Gilmar Mendes anda apenas de carro blindado. No sistema do STF, há registros de locações de automóveis blindados de luxo por valores que variam de R$ 775 a R$ 1.550. E para quem quer deixar o carro à prova de balas, é bom estar preparado para gastar. Uma blindagem custa em média a partir de R$ 58,5 mil.

Para circular com um carro blindado, o motorista precisa apresentar uma série de documentos pessoais, incluindo certidão negativa de antecendentes criminais e vai receber uma autorização do Exército para circular com carro blindado. O Exército emite este certificado desde 2003 e já tem mais de 7 mil veículos blindados cadastrados. São Paulo, com 71%, e Rio de Janeiro, com 14%, são os estados que concentram o maior número de carros blindados no Brasil, de acordo com uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Blindagem (Abrablin).

Ainda segundo a pesquisa, 71% dos proprietários que usam carros blindados são homens entre 25 e 29 anos. Dos blindados em geral, 63% são para executivos ou empresários, 12% para políticos, 8% para artistas e 5% para juízes.

Os carros mais blindados do país, de acordo com a associação, são os sedãs Toyota Corolla, Chevrolet Vectra e Volkswagen Passat e a picape Toyota Hilux. Alguns carros podem vir blindados de fábrica, como o VW Passat Protect, o BMW 325 Security, as Mercedes Classes C e E, e o Mistubishi Pajero TR4.

Blindagem impede que balas perfurem a lataria e os vidros.
Manta feita de fibra sintética é cinco vezes mais resistente que o aço e também mais leve.

Blindados populares

Mas também tem aumentado a procura por veículos populares blindados. Segundo a associação, 20% dos carros blindados em 2007 são populares. A maior preocupação dos proprietários é a perda de potência de um carro mais leve com o peso extra ganho com a blindagem.

“Não é recomendável blindar um veículo de potência inferior a 90 cavalos. Uma blindagem pesa em média 200 kg, o que o peso de três homens adultos supera tranqüilamente”, afirma com o engenheiro Rogério Garrubbo, diretor da Concept Blindagens. Segundo ele, as blindagens mais leves aplicadas a sedãs médios pesam em torno de 170 kg. O menor veículo que se pode blindar hoje no Brasil é uma picape pequena, como a Fiat Strada. Nesse caso, o peso ficará em cerca de 110 kg.

Um carro blindado recebe vidros de pocarbonato e proteção de mantas de aramida – com seis camadas de fibra sintética e cinco vezes mais resistente que o aço – na carroceria. Todo o processo de blindagem leva de 20 a 30 dias. “É recomendável que o proprietário converse com o engenheiro responsável e verifique como o processo está sendo feito”, destaca Garrubbo.

O nível de blindagem de um carro é dividido em seis categorias de acordo com a norma brasileira, que segue os padrões americanos. A categoria mais procurada é a III-A, que suporta até tiros de uma Magnun 44 ou uma pistola 9mm. “É o nível que suporta em geral todos os disparos efetuados por armas de mão”, afirma o engenheiro. “Dificilmente será necessário mais do que isso em uma situação normal de violência urbana.”

Os carros só podem ser blindados em categorias superiores a esta com uma autorização especial do Exército. Outra empresa brasileira, a HPC Blindados, fabrica carros para circular no Iraque. Neste caso, o peso extra é bem superior. Os carros blindados para andar no Iraque chegam a receber até três toneladas e meia de aço e o preço não sai por menos de US$ 500 mil. “São níveis que superam todos os tipos de armamentos, como AK 47, M16, M80 e, de quebra, ainda podem soltar fogo, granada, ter metralhadora no teto, etc”, destaca o empresário Maurício Junot, diretor da empresa.

Fonte: G1 Globo Online