Agência AutoInforme
Se houvesse produção suficiente, o mercado de caminhões estaria num ritmo de expansão nunca visto no País. Mesmo com o expressivo aumento de 40,1% na oferta de produtos no primeiro trimestre deste ano, as fabricantes não estão conseguindo suprir a demanda e há fila de espera, de até seis meses, para a compra de um veículo do gênero.
As montadoras vêm batendo recordes sucessivos de produção e vendas e, na esteira deste importante segmento, crescem também, em índice muito próximo, os negócios da indústria de implementos agrícolas (veja matéria nas páginas 12 e 13), assim como ampliam-se os investimentos em logística e gestão na área de transporte (páginas 10 e 11).
No mercado total de caminhões, a Iveco é a que mais cresceu este ano, com um aumento de 131,3%. A Agrale veio a seguir com 81,3%. Em terceiro lugar aparece a Volkswagen, que cresceu 45,1%. A seguir está a Volvo, com aumento de 40,3%, portanto também, acima da média do mercado.
Já a Mercedes-Benz cresceu apenas 37%, abaixo da média, mesma situação da Scania, que cresceu 29,5%, e da Ford, que teve um aumento de apenas 24,5%.
Mudança no ranking – Por ter expandido vendas em índice acima da média do mercado, a Volkswagen Caminhões começou o ano bem. A marca superou a tradicional líder do ranking brasileiro, a Mercedes-Benz. Quando terminou o ano de 2007, esta montadora ocupava o primeiro lugar no setor, com 30,92% de participação no mercado. A Volks vinha logo atrás, com 29,44%. Muito perto e com fôlego para superar a concorrente.
Fechado o primeiro trimestre de 2008, a líder é a Volkswagen, que já tem 31,48% das vendas totais de caminhões no Brasil. A Mercedes, agora em segundo, continua com a sua participação praticamente como terminou 2007: 30,22%. Ford e Scania perderam mercado, enquanto Iveco e Volvo cresceram. A Ford mantém a terceira colocação no ranking nacional, mas a sua participação caiu de 18,44% para 17,12%. A Scania, que tinha 6,45%, terminou o trimestre com apenas 5,72%. O crescimento da Volvo foi pequeno, passando de 7,79% para 8,06%. A Iveco teve uma performance melhor. Encerrou 2007 com uma fatia de 5,27%, índice ampliado para 6,24% no acumulado dos três primeiros meses deste ano.
Investimento – Não dá para precisar exatamente quanto as empresas estão investindo para acompanhar toda esta demanda. O que se sabe é que os empresários já não estão mais entendendo o aumento do mercado como uma “bolha”, mas sim como um crescimento regular e sustentável. Mesmo com os problemas causados com a crise econômica nos Estados Unidos, o setor acredita em crescimento no Brasil e, por isso, planejam investimentos.
A Volkswagen já divulgou que vai aplicar R$ 1 bilhão até 2012, programando aumento de produção de caminhões e ônibus e o desenvolvimento de novos veículos, com ênfase em produtos com menor emissão de poluentes e redução de consumo.
Na Ford os investimentos serão de R$ 300 milhões em quatro anos para a ampliação de novas linhas. O foco é investir pesadamente na produção de caminhões extrapesados e semileves, para atender a demanda urbana assim como as áreas de mineração e rural.
A Iveco anunciou um montante de R$ 80 milhões na construção de uma linha de caminhões pesados e semipesados em Sete Lagoas, interior de Minas Gerais. Segundo o presidente da montadora, Marco Mazzu, o Brasil é, desde o final de 2006, área prioritária de crescimento para a Iveco mundial. “As diversas iniciativas já implantadas em 2007 colocaram a empresa em movimento acelerado. Vamos investir R$ 375 milhões entre 2008 e 2010 para acelerar mais”, destaca o executivo. Mercedes-Benz, Scania e Volvo também confirmam investimentos, mas sem entrar em detalhes quanto a valores.
Perspectivas – O setor de caminhões tem tudo para continuar registrando desempenho positivo nos próximos anos, principalmente devido ao avanço da cultura de cana-de-açúcar e o bom momento pelo qual passa a mineração. A construção civil também tem papel importante neste mercado, já que todo material é transporta
Fonte: Diário do Comércio
