A Volkswagen ainda está em dúvida sobre a produção da picape Atlas Tanoak. Heinrich Woebcken, presidente da Volkswagen of America, disse: “Ele se encaixa bem na marca, porque queremos ser mais americanos nos EUA, mas é algo que temos que analisar com cuidado. É um segmento muito patriótico, que os fabricantes americanos dominam.”
Realmente, o segmento de picapes nos EUA é algo cultural nos EUA. Os clientes são bem exigentes e nacionalistas, mas isso não intimidou os fabricantes estrangeiros a investirem nesse mercado, que é bem lucrativo para os principais players. A Toyota, por exemplo, tem dois modelos feitos localmente (Tacoma e Tundra), enquanto a Nissan ainda mantém a velha Frontier e a Honda, por exemplo, se arrisca com a segunda geração de sua “monobloco” Ridgeline.
Aliás, é nesse tipo de arquitetura do modelo da Honda que a Volkswagen quer emplacar a Tanoak, derivada direto do SUV Atlas. A ideia é interessante como carro focado no lazer, para clientes que querem mais um veículo para refletir seu estilo de vida do que uma picape para o trabalho, como ocorre com a maioria das tradicionais, que são as full size.
Como utiliza a plataforma modular MQB, pode ser facilmente feita na mesma linha de montagem do Atlas, que logo mais ganhará também a produção do Passat na mesma base, assim como do Atlas Coupe, que será a variante menor e de cinco lugares do atual utilitário esportivo. Para a VW, a Tanoak não teria problemas em termos de motor, por exemplo, visto que o americano prefere a gasolina.
Isso já afasta qualquer tensão relativa ao Dieselgate e segue mais ou menos a política da marca para o mercado americano, que é “de ao cliente o que ele quer”, já sendo vista com a introdução de uma linha completa (ou quase) de SUVs, começando pelo Tarek, passando por Tiguan Allspace e terminando na dupla do Atlas. A picape só fecharia esse portfólio bem direcionado ao consumidor dos EUA.
Com motor VR6 3.6 preparado para 310 cavalos, a Volkswagen Tanoak já estaria em pé de igualmente com alguns modelos de picapes de chassi de longarinas no mercado americano, isso sem contar que mesmo não tendo preparação, esse motor entrega os mesmos 280 cavalos da Ridgeline, que tem um V6 3.5 da Honda.
Um câmbio automático de oito marchas e mais a tração 4Motion completariam o pacote. Para algo mais radical, até mesmo o cinco cilindros 2.5 TFSI do Audi TT RS poderia dar 400 cavalos numa eventual versão para off road extremo. De qualquer forma, só a configuração padrão colocaria o produto na prateleira dos americanos e com isso Chattanooga teria quatro carros made in USA.
A Volkswagen, na busca por ser mais americana, parece ter definido a produção localizada de carros elétricos dedicados ao mercado interno, sendo o crossover ID Crozz e a van clássica ID Buzz os modelos escolhidos inicialmente. Outro ponto é que a próxima geração da Amarok, mesmo com partes da Ranger ou vice-versa, não deve seguir para os EUA, pois seria um veículo para trabalho e isso inclui o uso de motor diesel, embora não obrigatório, o que está descartado pela VW.
Volkswagen Atlas Tanoak Concept – Galeria de fotos
[Fonte: Autocar]
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