“Volta à liderança é um projeto familiar”

Joel Leite/AutoInforme

O presidente da Volkswagen do Brasil, Thomas Schmall, foi bastante objetivo em relação à possibilidade de recuperar a liderança do mercado brasileiro. “Não será com um carro” – referindo-se ao Gol novo, lançado na semana passada – “que vamos retomar a liderança. Para isso precisamos de uma família inteira”.
Mas nada disse sobre o crescimento da família do Gol novo e também não valorizou a questão da participação da marca no mercado interno. Disse que a liderança de vendas não é o principal objetivo da empresa.

“O que queremos é crescer de forma sustentável. Vocês são muito focados no market share, mas market share não paga almoço”, disse o dirigente, salientando que não vai deixar de trabalhar pela liderança de vendas, mas que seu principal objetivo é melhorar os processos produtivos e dar mais atenção ao Mercosul. Não deu pra entender se Thomas se referia à imprensa exclusivamente, ou aos brasileiros em geral, que na sua visão gostam de valorizar a participação da marca no mercado.

Mais do que construir uma família, o Gol novo já faz parte de uma grande família de carros pequenos da Volks, toda baseada na mesma plataforma, com origem no Fox e que se serve ao Pólo e ao Gol. Os dois modelos usam a mesma plataforma básica.

Além disso o Gol é, sim, o pai de uma família própria, que deverá ter vários membros. O próximo a ser lançado será o sedan, que já está pronto e chega ao mercado no mês que vem e poderá se chamar Gol sedan ou Voyage. Mantendo o nome Gol a empresa somará as vendas dos dois modelos (hatch e sedan) e portanto teria uma participação extraordinária com o título Gol. Chamando o carro de Voyage vai resgatar a tradição de um nome que fez história. Como Thomas Schmall acha que market share “não paga almoço”, o carro deverá se chamar mesmo Voyage, que nos anos 80 chegou a ser exportado para os EUA e México, com o nome de Fox e modificado, principalmente, em seus pára-choques.

Picape e perua – A Saveiro também receberá as novas linhas, mas isso deve acontecer somente no segundo semestre de 2009. Antes disso a empresa vai lançar uma picape média produzida na Argentina. Por sua vez, a perua Parati não deve ser substituída. A atual vai permanecer em linha até que o volume de vendas compense a produção; quando não mais se sustentar, sairá de linha, não terá uma versão com as características do Gol novo. A Volks vai atender os compradores de perua com a Space Fox.

A grande família conta ainda com um velho agregado, que não usa a mesma plataforma mas tem o mesmo nome, o Gol velho, geração quatro, que se mantém em linha na versão duas portas e – é claro – vai ajudar muito a Volks a aumentar a participação no segmento.

O presidente da Volks tem como objetivo de vendas este ano acompanhar o crescimento do mercado, que, acha, vai ser de 25%. Com o balanço do semestre, os números do Renavam revelam um aumento de 30% este ano.

Thomas Schmall acha que o grande crescimento do mercado brasileiro em 2008 é plenamente sustentável, mas considera que é um número muito alto para se manter. Acredita que em 2009 o País terá um crescimento entre 7% e 10%, o que está “pra lá de bom”.

Fonte: Diário do Comércio