Volvo investe mais, para reduzir a fila de espera

A Volvo, fabricante de caminhões de grande porte em Curitiba, no Paraná, se prepara para ampliar os investimentos no País para reduzir gargalos na produção que obrigam a empresa a manter filas de espera de até nove meses para alguns produtos. Este ano, o grupo encerra programa de investimentos de US$ 110 milhões previsto para o período 2006 a 2008. No segundo semestre, a empresa vai anunciar o investimento para o triênio seguinte e o montante “deve ser maior que o atual”, diz o presidente Tommy Svensson.
Se o mercado de automóveis está aquecido, com fila de espera superior a 100 dias para alguns modelos, no segmento de caminhões a situação é ainda mais grave. A demora, que era de seis meses no ano passado, aumentou e não há solução no curto prazo. Investimentos em ampliação anunciados por várias montadoras levam meses para se efetivarem.

Os segmentos em que a demanda é maior são os de transporte de grãos, minérios e produtos para a construção civil. Fabricantes de caminhões, contudo, descartam um desabastecimento de veículos, que poderia prejudicar o transporte da safra recorde prevista para este ano, ou de outros produtos.

“Dependendo da região, a entrega leva de 90 a 120 dias, principalmente para o transporte agrícola nas regiões Sul e Centro-oeste”, informa o gerente executivo de vendas da Scania, Roberto Leoncini.

Um frotista ou autônomo de São Paulo que encomendar caminhões da Volvo hoje terá de esperar até outubro. Se estiver em Minas Gerais, a espera vai até novembro. A empresa tem de cumprir cotas de entrega em todo o País e nas regiões onde a demanda é maior, a espera também é, informa Bernardo Fedalto, gerente da área de caminhões.

A Volvo enfrenta desabastecimento de peças importadas para caixas de câmbio. Os componentes são fornecidos pela matriz sueca, que não dá conta da demanda mundial. Svensson acredita que as entregas só serão normalizadas a partir de 2009, quando os investimentos atuais estarão concluídos e novos aportes serão feitos. A matriz também vai ampliar a produção de peças para abastecer todas as filiais.

Na Volkswagen, caminhões para o transporte de grãos levam cinco meses para serem entregues. “Produzimos 200 a 300 unidades por mês da versão usada no agronegócio e temos pedidos de 1,3 mil”, diz o presidente da empresa, Roberto Cortes.

Segundo o diretor da Mercedes-Benz, Gilson Mansur, a empresa está incentivando clientes a programar suas compras com antecedência de até um ano. Ainda assim, a média de espera por alguns modelos é de dois a quatro meses. Na Iveco, varia de dois a três meses; e na Ford, é de quatro meses. ( AE )

Fonte: Diário do Comércio