Saveiro G3: relembre a pickup vendida de 2000 a 2005

Saveiro G3: relembre a pickup vendida de 2000 a 2005

Assim como a Saveiro G4, a Saveiro G3 foi uma atualização da segunda geração da picape leve da Volkswagen, conhecida verdadeiramente como G2. Essa variante surgiu no início do século e elevou o padrão da utilitária da VW, que acabaria sendo simplificada na mudança de visual seguinte, antes de mudar para sua terceira geração (G5).

De 2000 a 2005, a Saveiro G3 ganhou muitos consumidores, mas não impediu que a rival Fiat Strada seguisse caminho rumo a liderança absoluta em vendas no segmento de comerciais leves. Faltou à Volkswagen visão de mercado, diferentemente da concorrente italiana, radicada em Minas Gerais, que fez uma boa leitura do perfil da clientela e inovou.

Atualizada depois de Gol e Parati, a Saveiro G3 teve as séries especiais Fun, Summer e Crossover, além de versões comuns básica, a City e a Super Surf. Também veio com motores EA113 AP-1600 e AP-1800, ganhando ainda durante seu curso, o sistema TotalFlex, o primeiro bicombustível (considerando álcool e gasolina) do mundo.

A Saveiro G3 nunca se beneficiou de outros modelos da Volkswagen, como o AP-2000 numa eventual versão topo de linha mais completa (e cara), assim passou longe do pequeno EA111 1.0 16V Turbo com 112 cavalos e 15,8 kgfm, que só foi usado nos Gol e Parati. A VW também nem se arriscou a colocar uma variante de cabine dupla ou estendida nesse modelo.

Saveiro G3

Saveiro G3: relembre a pickup vendida de 2000 a 2005

Lançada em março de 2000, a Saveiro G3 incorporava as alterações de estilo propostas para Gol e Parati, que haviam mudado para a tal “Geração III” em 1999. Isso implicava em um visual mais moderno, incorporando novo capô, assim como faróis duplos grandes com lentes claras.

A grade proeminente acompanhada do prolongamento do capô, dava à Saveiro G3 um aspecto melhor, ainda mais com os frisos na cor do carro e o para-choque mais liso, incorporando aplique preto na parte superior e faróis de neblina emoldurados mais abaixo. A grade inferior era dividida em três partes.

As maçanetas eram pretas, mas os retrovisores podiam ser na cor do carro. A mudança de estilo não alterou a cabine, que manteve as portas pequenas dos Gol e Parati 4 portas, assim como a diminuta vigia vertical na coluna B, que tentava passar a impressão de espaço maior, o que não era verdade.

Com estepe posicionado na lateral da caçamba de carga, como na saudosa Ford Pampa, por exemplo, a Saveiro G3 podia ter igualmente protetor do vidro traseiro com barras verticais envolventes, bem como vigia traseira basculante e luzes auxiliares de freio. Havia também uma luz de iluminação da caçamba.

Saveiro G3: relembre a pickup vendida de 2000 a 2005

A caçamba podia receber um modelo específico de capota marítima, que envolvia o estepe colocado em pé na lateral. As lanternas foram suavemente atualizadas e o para-choque traseiro continua a dobrar junto com a tampa da caçamba, inclinando também a placa e impedindo que se viajasse com a tampa aberta, exceto em caso de um extensor de carga com placa embutida.

Frisos laterais emborrachados davam mais proteção ao veículo, que ainda tinha opção de rodas aros 14 e 15 polegadas, esta última com pneus 195/50 R15. O conjunto tinha ainda antena no teto para dar um charme a mais.

Por dentro, a evolução no acabamento foi notável. Com forte inspiração no Golf IV, que acabava de ser nacionalizado, junto com o Audi A3, permitiu que a família Gol gozasse de um padrão mais elevado, sendo essa a única oportunidade do tipo para o modelo e derivados até hoje.

O painel incorporava um desenho mais moderno, incluindo o cluster analógico com mostrados grandes e bem visíveis, que incorporavam iluminação especial em tom azul com ponteiros vermelhos, que dava à Saveiro G3 um toque de esportividade. Os difusores de ar eram bem distribuídos, enquanto o lado do passageiro podia incorporar um airbag.

Nesse caso, o volante da Saveiro G3 eram mais volumoso por conta da bolsa inflável, tendo ainda quatro raios. Sem airbag, ele tinha três raios e aspecto retilíneo.

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O painel vinha ainda com conjunto de botões centralizados, assim como espaço para rádio 1din e comandos de ar condicionado manuais. Também havia um porta-objetos e fonte 12V entre essas duas partes. Teoricamente, poderia ser incorporado um rádio 2din com a remoção dessa fonte.

A alavanca de câmbio (sempre manual) chamava atenção pelo pomo redondo e base circular com acabamento cromado, o mesmo das maçanetas. As portas tinham acabamento em duas partes, que passavam melhor impressão. Já os bancos tinham laterais altas e projeção do assento para apoiar melhor as pernas.

Saveiro G3: relembre a pickup vendida de 2000 a 2005

Porém, infelizmente a Saveiro G3 herdou dos irmãos a plataforma AB9, que era uma evolução da BX. Como não foi modernizada corretamente, a VW simplesmente alargou as bitolas e carroceria, mas manteve a posição original de pedais e volante, fazendo com que o motorista não guiasse totalmente centrado.

Fora isso, a Saveiro G3 tinha porta-luvas razoável, boa altura interna e pacote de equipamentos que incluía ainda direção hidráulica, vidros e travas elétricos e retrovisores com ajustes elétricos no painel. Também podia oferecer freios com ABS e EBD.

A Saveiro G3 tinha 4,46 m de comprimento, 1,621 m de largura, 1,457 m de altura e 2,598 m de entre-eixos, tendo ainda 731 litros de volume na caçamba de carga, que estranhamente era o mesmo número em relação à capacidade de carga da picape em kg. O tanque tinha 53 litros de gasolina ou álcool (posteriormente flex), pesando 964 kg.

Saveiro G3 – Motores

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Em termos de motor, a Saveiro G3 teve apenas duas opções, centradas no propulsor EA-113, que aqui ficou conhecido como AP em seus últimos anos. A geração desse motor é bem antiga e remota à Mercedes-Benz. Em meados dos anos 60, a Auto Union (Audi) estava nas mãos da Daimler-Benz.

Nessa época, a Audi desenvolveu um novo motor de quatro cilindros refrigerado a água com comando de válvulas no cabeçote e acionado por correia dentada, sendo muito avançado para a época. Em 1965, a Audi foi vendida para a VW, que precisava das fábricas da alemã para ampliar a produção. Assim, acabou herdando o motor, que só estreou no Audi 100 de 1969.

É este motor que chegou aqui em 1974 com o Passat e evoluiu para o AP nos anos 80, chegando à Saveiro G3, quando já estavam equipados com injeção eletrônica multiponto. Nesta picape leve, o propulsor – famoso por sua durabilidade e resistência à preparação – foi oferecido nas versões AP-1600 e AP-1800.

O primeiro dispunha de 1.596 cm3 e entregava 88,5 cavalos a 5.500 rpm com 13,2 kgfm a 3.250 rpm, sendo abastecido apenas com gasolina ou álcool, ainda em separado. Já o segundo tem 1.781 cm3 e entregava 99 cavalos a 5.500 rpm e 15,5 kgfm a 3.000 rpm. A Saveiro G3 com essa motorização, ia de 0 a 100 km/h em 11,9 segundos e velocidade máxima de 162 km/h. O consumo era de 7,8 km/l na cidade e 12,7 km/l na estrada, abastecida somente com gasolina.

Saveiro G3 Total Flex

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Nos primeiros anos da década de 2000, o consumo de álcool voltou a crescer com a maior demanda pelo produto, mas havia um problema. Como a produção das montadoras não comportava o crescimento repentino no consumo desse combustível, muitos donos passaram a fazer ajustes eletrônicos nas injeções para usar o produto vegetal junto com o derivado de petróleo, isso sem contar a mistura que era inserida nos tanques de forma indiscriminada.

O objetivo era reduzir o custo ao abastecer. Assim, as montadoras começaram a correr atrás de uma forma de unir os dois combustíveis num mesmo motor e foi a Volkswagen que saiu na frente em parceria com a Bosch, adaptando um motor a álcool para funcionar com gasolina, mas com injeção eletrônica que identificava cada um deles, surgindo assim o Total Flex no Gol, em 2003.

Não demorou muito para que o motor AP Total Flex chegasse à Saveiro G3. Com a tecnologia, o velho motor passou a usar os dois combustíveis ao mesmo tempo e em qualquer proporção. Assim, o AP-1600 passou a entregar 97 cavalos com gasolina e 99 cavalos no agora chamado etanol, novo nome do longevo álcool. Ambos a 5.750 rpm, observando que houve alteração na rotação.

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Os torques eram de 14,1 kgfm na gasolina e 14,4 kgfm no etanol, ambos a 3.000 rpm, rotação inferior ao do AP-1600 anterior. Assim, a Saveiro G3 1.6 passava a ter pelo menos 10 cavalos a mais e torque até 1,3 kgfm maior. Além disso, oferecia mais força em rotação mais baixa, garantindo melhor dirigibilidade.

Nesse caso, a Saveiro G3 1.6 Total Flex ia de 0 a 100 km/h em 11,5 segundos e com máxima de 165 km/h. O consumo com gasolina era bom, fazendo 16,5 km/l na estrada e 11,3 km/l na cidade. No etanol, o AP-1600 rendia 11,5 km/l no ciclo rodoviário e 7,9 km/l no urbano.

No caso da Saveiro G3 com motor AP-1800 Total Flex, o motor maior rendia mais, passando a ter 103 cavalos na gasolina e 106 cavalos no etanol, ambos a 5.250 rpm, 500 rpm abaixo da rotação do 1.6. Os torques eram de 15,3 kgfm no derivado de petróleo e 16,0 kgfm no vegetal. Assim, a picape ia de 0 a 100 km/h em 9,9 segundos e tinha velocidade final de 176 km/h.

O consumo com etanol era de 7,5 km/l na cidade e 11,0 km/l na estrada. Com gasolina, o modelo fazia 10,8 km/l na cidade e 15,6 km/l na estrada. Com esses dois motores, a Saveiro G3 continuou sua carreira até a geração seguinte.

Saveiro G3 Super Surf

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Entre as versões disponíveis para a Saveiro G3, a Super Surf foi uma herança da série especial do modelo G2 e tinha como diferencial adesivos decorativos alusivos à proposta, tendo faróis duplos com piscas em laranja, bem como grade cromada e faróis de neblina. Essa opção tinha ainda rodas de liga leve com pneus 195/55 R15.

Além disso, vinha também com retrovisores na cor do carro e capota marítima. O interior tinha acabamento melhorado com trio elétrico, ar-condicionado, direção hidráulica e sistema de rádio com CD player, sendo que alguns dos itens eram opcionais. A versão Super Surf chegou a ser vendida na geração G4, mas por apenas um ano.

Saveiro City

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A Saveiro G3 ganhou quase no final de sua carreira uma versão mais espartana, chamada City. Com acabamento simplificado, essa opção vinha com os para-choques na cor preta, assim como a grade. Os faróis tinha apenas uma parábola, mas mantinha a lente clara. As rodas eram de aço sem calotas e com aro 13 polegadas, que apresentava pneus 175/70 R 13.

As maçanetas e os retrovisores eram pretos, assim como o puxador da tampa da caçamba. A Saveiro G3 City não tinha capota marítima, mas o compartimento de carga tinha protetor plástico para conservar a lataria. A picape também vinha com painel simplificado, assim como bancos em tecido e vidros manuais.

Não havia direção hidráulica ou ar-condicionado, nem mesmo sistema de rádio.Os itens básicos eram opcionais, já que a proposta era ter um custo menor para focar no trabalho. A Saveiro G3 City teve somente motor AP-1600 Total Flex em sua oferta.

Saveiro G3 – Séries especiais

Saveiro Summer

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A Saveiro G3 ganhou sua primeira série especial Summer em 2000. A picape apareceu com alguns itens diferenciados, tais como faixas laterais decorativas, faróis com máscara negra e rodas de aço aro 14 polegadas com calotas e pneus 185/60 R14. Oferecida somente com motor 1.8 a gasolina, a picape era semelhante em proposta visual à Parati Summer, mas esta tinha motor 1.0 16V.

Saveiro Fun

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No ano seguinte, a Saveiro G3 ganhou a série especial Fun, que também foi oferecida nos Gol e Parati G3. Esta série chama atenção por um detalhe muito interessante, o corpo dos faróis duplos tinha a mesma cor da carroceria. Tinha ainda opções de cores mais vivas, além de rodas de liga leve aro 14 polegadas, faróis de neblina e para-choques na cor do carro.

A Saveiro G3 Fun tinha motor 1.8 a gasolina, enquanto a mesma série nos Gol e Parati vinham com motor 1.0 16V. Ar-condicionado, direção hidráulica, trio elétrico, sistema de áudio e outros itens.

Saveiro Surf

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A série especial retornou na Saveiro G3, tendo como destaque faixas decorativas nas laterais e para-choques em cor cinza. Rodas de liga leve aro 15 polegadas, motor 1.8 Flex e retrovisores cromados, capota marítima, entre outros.

Saveiro Crossover

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A Saveiro G3 Crossover surgiu alguns anos depois do lançamento dessa geração, tendo um visual mais aventureiro. A grade tinha acabamento em cinza claro, assim como o para-choque numa tonalidade mais escura. Porém, o que chamava atenção nessa opção da picape era a barra de impulsão bem proeminente e destacada, pintada igualmente de cinza.

Ela vinha acompanhada de um protetor de cárter e motor bem robusto e também na mesma tonalidade. Da mesma forma, servindo como estribos, tubos laterais em cinza protegiam a parte inferior da carroceria. O modelo tinha ainda rodas de liga leve de cinco raios e aro 15 polegadas, dotadas de acabamento cinza.

A Saveiro G3 Crossover adicionava também retrovisores em cinza, além de frisos laterais em preto. A carroceria vinha ainda com um santantônio tubular em cor cinza, combinando com a barra de impulsão. Na caçamba, além do revestimento protetor plástico e de ganchos móveis, o compartimento tinha ainda um baú fechado e hermeticamente lacrado, apto para transporte de cargas sensíveis.

A traseira tinha para-choque em cinza também, mas como destaque, a tampa traseira vinha com a inscrição Crossover cromada, exclusiva dessa versão. Por dentro, o habitáculo tinha bancos com padronagem diferenciada, assim como ar-condicionado e direção hidráulica opcionais. Também havia vidros e travas elétricas, bem como espelhos ajustáveis de forma remota. O sistema de som era opcional também.

O volante de três raios não tinha airbag do motorista, item opcional também. A Saveiro G3 Crossover tinha opção de motores AP-1600 e AP-1800, ambos flexíveis.

Saveiro – Gerações

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A Saveiro G3 faz parte de uma série de atualizações da picape leve da Volkswagen que surgiu em 1982, derivada diretamente do Gol. Tal como este, a primeira geração tinha uma carroceria com linhas bem quadradas e seu primeiro motor foi o boxer 1600 a ar. Algum tempo depois, por volta de 1985, a Saveiro recebeu o motor MD270 1.6 com refrigeração a água.

Atualizada pela primeira vez em 1987, a Saveiro passou a ter somente motores a água daí em diante, tanto 1.6 quanto 1.8. Ela também recebeu atualização do painel e interior no ano seguinte. No começo dos anos 90, a picape ganhou algumas séries especiais. O modelo também ganhou catalisador.

Em 1995, a Saveiro ganhou sua segunda geração, a G2. Esta tinha uma carroceria maior e mais larga, mas a plataforma era a mesma da anterior, sendo modificada no projeto AB9, que substituiu a BX. Isso significou que a posição de dirigir ficaria deslocada pela manutenção de coluna e pedais no mesmo lugar.

Saveiro G3: relembre a pickup vendida de 2000 a 2005

No ano 2000, surgiu a Saveiro G3 surgiu como atualização da G2, que durou até 2005. Na ocasião, a Volkswagen simplificou o modelo, que passou a ser denominado Saveiro G4. Por fim, em 2009, a marca lançou a terceira geração da picape, que na ocasião foi conhecida como G5.

Com a nova carroceria, a Saveiro deixou a plataforma AB9 pela modificada PQ24. Isso representou a mudança de posição do motor, que passou de longitudinal para transversal. Além disso, a cabine ganhou opção estendida, que finalmente fez com que o modelo alcançasse a rival Fiat Strada em proposta. O motor passou a ser o EA111 1.6 8V com 101 cavalos na gasolina e 103 cavalos no etanol.

No entanto, a Saveiro G6 surgiu como mais uma atualização e finalmente trouxe a cabine dupla, mas com duas portas. O motor desta vez passou a ser o 1.6 16V de 110 cavalos na gasolina e 120 cavalos no etanol. Por fim, a atualização G7 chegou para distanciar o modelo da família com um visual bem mais individualista e parrudo, tendo o mesmo novo painel dos Gol e Voyage, que retornou no G5.

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