O Volkswagen Neo, da família ID, só entrará em produção em novembro de 2019 e está previsto para chegar às lojas em meados de 2020, no Reino Unido. Mas a fabricante alemã já o colocou nas ruas para que a mídia especializada pudesse colher as primeiras impressões, no litoral da África do Sul.
Embora esteja camuflado, as imagens compartilhadas no Twitter e Youtube revelam que o hatchback elétrico que tem o tamanho de um Golf permaneceu, em grande parte, fiel ao conceito apresentado em 2016. Contudo, a legislação atual não permitiu que o Neo fosse 100% fiel ao projeto original.
Já era de se esperar. Afinal, foi o próprio diretor de design da Volkswagen, Klaus Bischoff, quem disse à Autocar que as proporções, design e tamanho de rodas seriam fiéis ao carro original. Por outro lado, a montadora não poderia oferecer retrovisores por câmeras, por razões legais, e nem maçanetas elétricas, devido ao custo. No mais, o carro é praticamente o mesmo.
Além da motorização eletrificada que terá três opções de bateria de íon lítio, de 48 kW, 55kW ou 62 kW, capazes de gerar 168 cv, o Neo se diferencia também por contar com tração traseira. Isso mesmo, igualzinho ao antigo Fusca. Segundo a fabricante, dependendo da bateria adotada a autonomia ficará em torno de 330 km e 550 km. Nada mal. Considerando que o e-Golf faz em média 300 km.
Como o motor elétrico fica na traseira do veículo, a Volkswagen aproveitou o espaço na parte dianteira para oferecer melhores ângulos de esterçamento das rodas. É uma boa sacada, já que os elétricos são feitos para rodar em ambientes urbanos, e a melhoria da manobrabilidade deve trazer ainda mais conforto na condução.
A razão dos veículos estarem nas ruas em testes avançados é simples. Os engenheiros têm apenas 16 meses para completar o desenvolvimento do carro que foi considerado uma das estrelas do Salão de Paris. O Neo será o primeiro de cinco novos modelos da família de elétricos ID, planejados pela Volkswagen.
A Volkswagen acelera para livrar não apenas o ambiente das emissões de CO2. Os alemães querem também aproveitar para limpar a sua imagem degenerada pelo escândalo do caso Dieselgate, o mais rápido possível.
O esquema envolveu várias técnicas fraudulentas entre 2009 e 2015 para reduzir as emissões de gás carbônico e óxido de nitrogênio, de motores diesel e gasolina, nos testes regulatórios de poluentes.