Ford reafirma decisão de fechar no ABC e confirma três propostas

Ford reafirma decisão de fechar no ABC e confirma três propostas

O sindicato dos trabalhadores do ABC Paulista fez uma nova assembleia nesta terça (12) na porta da fábrica da Ford, em São Bernardo do Campo. A entidade retornou do encontro com a direção da montadora, que ocorreu nos EUA. De acordo com Rafael Marques, membro do sindicato, a Ford não irá mais investir na planta paulista e reafirmou a decisão de fechar a unidade.

Wagner Santana, presidente do sindicato, disse que a Ford reconheceu o erro da direção global em fechar a unidade, quando questionada sobre a eficiência operacional da fábrica de Taboão. De acordo com a entidade, a planta tem operação enxuta e rentável para caminhões.

Também revelou que a proposta de fusão das linhas de caminhões e carros era possível e teria sido comprovada em 2017, diante da empresa. Wagner diz que a operação da Ford Caminhões dá lucro e está em dia tecnologicamente com operações do tipo. Deve-se lembrar que a mesma linha Cargo é fabricada na Turquia por uma joint-venture local.

Santana explicou que a direção da Ford reconheceu os erros do comando global no caso dos caminhões, mas isentou os trabalhadores e o sindicato de qualquer culpa no caso.

Ford reafirma decisão de fechar no ABC e confirma três propostas

Também reafirmaram que a decisão não será revertida, mas que três propostas estão em análise. Duas delas seriam mais fortes, de acordo com Marques, mas todas estariam interessadas na operação de caminhões. A linha de automóveis tem apenas o New Fiesta, que sai de cena oficialmente.

Na próxima semana, a Ford se reunirá com representantes dessas duas empresas para negociar a transferência da fábrica e o sindicato estará presente. Das três, sabe-se oficialmente que a CAOA é uma delas, mas o sindicato não revelou se a empresa nacional é uma das duas que tem proposta melhor para Taboão.

O sindicato também propôs à Ford mudar a planta em uma unidade de desenvolvimento de tecnologia, produzindo veículos de alta tecnologia, como carros elétricos, mas a montadora não mudou sua postura.

Wagner Santana também reclama que a fábrica de Camaçari-BA, recebeu incentivos de R$ 7,5 bilhões em cinco anos, alegando ser um faturamento adicional da Ford apenas nesse caso. Os trabalhadores mantém a produção paralisada e prometem novos protestos contra a decisão da companhia.

Ford F-Max, o Caminhão do Ano de 2019 na Europa

Ford reafirma decisão de fechar no ABC e confirma três propostas

Em contraste com a situação no Brasil, a Ford comemorou, em setembro de 2018, a eleição do modelo F-Max como Caminhão do Ano de 2019 na Europa (tem até configurador).

Trata-se de um extrapesado mais sofisticado que o Cargo e que tem motor EcoTorq de 500 cavalos e 254 kgfm. Aqui, o site de caminhões da marca tem um aviso sobre manutenção de garantia de fábrica e assistência.

Ou seja, a Ford tem mesmo intenção de sair do mercado de caminhões no Brasil e não em nível global, pois não haveria sentido em investir milhões de euros no F-Max, ganhar prêmio e dizer adeus.

Uma possibilidade que parece distante, mas não inviável, seria vender a fábrica para uma empresa que mantivesse produção e comercialização dos caminhões Ford, sob licença, o que garantiria sua continuidade por aqui.

O grupo Koç Holding, da Turquia, poderia ser essa opção, pois é sócio na Ford Otosan de longa data e conhece a filosofia de trabalho da empresa. Até novembro, espera-se que um comprador seja anunciado oficialmente.

[Fonte: Repórter Diário/UOL]

 

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